Estudo do governo sobre o setor elétrico destaca a Geração Distribuída (GD) como um dos pilares da sua expansão sustentável para os próximos anos, mas para isso, afirma ser necessário adotar padrões mínimos de qualidade nas instalações.
Segundo o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, divulgado no final de 2020 pelo Ministério de Minas e Energia (MME), os micros e minigeradores elétricos terão um papel cada vez mais importante na futura oferta de energia do Brasil.
O estudo, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), evidencia a forte popularização das conexões desses sistemas nos últimos anos, graças aos serviços prestados por um número também cada vez maior de empresas e trabalhadores liberais atuando no mercado.
Isso levou a uma maior competição de preços entre os profissionais de algumas regiões do país, algo que, ocasionalmente, resulta em projetos carentes da qualidade técnica necessária para esse tipo de instalação elétrica e mecânica, afirma o documento.
Assim, começam a surgir casos de incêndios, destelhamentos e desabamentos em projetos de GD pelo país que, segundo o estudo, podem não apenas trazer danos patrimoniais e risco de vida para as pessoas, mas também impactar a inserção de novos consumidores ao segmento.
Para solucionar essa questão, os autores recomendam o estabelecimento de padrões mínimos de qualidade para as conexões à rede elétrica dos chamados Recursos Energéticos Distribuídos (RED).
Além dos micros e minigeradores, este é um desafio que também se faz presente para outras tecnologias de RED que o estudo afirma estarem despontando no Brasil, como os carros elétricos e os sistemas de armazenamento de energia (baterias).
No entanto, um ponto fundamental para assegurar a qualidade das instalações, e que não foi mencionado pelo estudo, é a indispensável capacitação técnica e constante aprimoramento dos profissionais do setor.
Da mesma forma que outras tecnologias, os micros e minigeradores elétricos empregados na GD, como os populares sistemas fotovoltaicos, exigem conhecimento técnico específico para o seu correto manuseio e instalação.
Além disso, é preciso que os profissionais estejam atualizados nas regras do segmento, promulgadas pelas Resoluções Normativas 482 e 687 da Aneel (Agência nacional de Energia Elétrica).
Iniciada em 2012, a GD engloba geradores elétricos movidos por fontes de energia renováveis que já estão presentes em quase 388 mil estabelecimentos do país, divididos entre indústrias, propriedades rurais, empresas, e principalmente, residências.
Juntos, todos esses sistemas já acumulam uma potência instalada de mais de 4,7 Gigawatts (GW), um terço da capacidade instalada da hidrelétrica de Itaipu, a maior do país.
A energia solar, fonte que alimenta mais de 99% dos geradores instalados, é a campeã invicta do segmento e maior contribuinte para o seu vertiginoso crescimento desde 2015, além da principal aposta da geração elétrica no Brasil nos próximos anos.
De acordo com o PNE, que cita como fonte os dados da IRENA, a energia solar é a fonte que mais expande em capacidade instalada no mundo hoje, graças à sua grande oferta e sustentabilidade, bem como a constante queda dos preços de sua tecnologia e a durabilidade de mais de 25 anos.
O estudo do MME afirma que essa é uma tendência certa no Brasil, onde os elevados índices de radiação solar em praticamente todo o seu território permitem a instalação de projetos em qualquer região, e que tornam a tecnologia fotovoltaica uma escolha altamente competitiva para o fornecimento de energia aliado à descarbonização do setor elétrico.
Em seu último Plano Decenal de Expansão de Energia, o MME e a EPE estimam que o Brasil poderá acumular cerca de 22,7 GW apenas em energia solar distribuída até o final de 2030.
Com o futuro promissor da tecnologia no país, aumenta o número de trabalhadores buscando sua capacitação através de cursos técnicos que formam vendedores, projetistas e/ou instaladores de energia solar.
A oferta de treinamentos também é grande, variando conforme o nível de especialização desejado e entre as modalidades on-line e presencial.
A Blue Sol, empresa pioneira no mercado brasileiro de energia solar, é referência em cursos técnicos e já capacitou mais de 18 mil homens e mulheres para atuarem no setor.